Leo na Mídia: Portal Conteúdo Aberto – Qual seu projeto de vida para os seus educadores?

Em seu novo artigo no Portal Conteúdo Aberto da @ftdeducacao, Prof. Leo Fraiman faz uma linda reflexão sobre o seu projeto de vida para os seus educadores.

Leo destaca que “Vivemos hoje um mundo cada vez mais exigente, com famílias cada vez mais demandantes, estudantes com questões sociais e emocionais cada vez mais frágeis, então não é possível educarmos os estudantes de hoje com as mesmas ferramentas de 5, 10 ou 20 anos atrás.”

Confira o artigo AQUI!

Efeitos golem e pigmaleão: nosso poder sobre o desempenho escolar dos alunos

Nos anos 1960, o psicólogo americano Bob Rosenthal descobriu que a expectativa dos professores pode influenciar os alunos e afetar sua performance na escola. Ele chamou essa descoberta de efeito pigmaleão, em referência ao mito grego do escultor Pigmaleão, que gostou tanto de uma de suas estátuas que os deuses deram vida a ela.

O fenômeno é semelhante ao efeito placebo, quando um paciente melhora de um sintoma físico, ou se cura, sem que tenha tomado um fármaco com eficácia comprovada – ele se cura a partir da sua crença de estar sendo curado. Mas, no caso do efeito pigmaleão, a convicção beneficia o outro, em vez de o autor da certeza.

Ao longo dos anos, a descoberta foi testada em centenas de estudos no exército, em universidades, nos tribunais, em famílias, em casas de repouso e em empresas, conforme elenca o livro “Humanidade – uma história otimista do homem”, de Rutger Bregman. O autor reforça como altas expectativas podem ser uma ferramenta poderosa que, usada por administradores, por exemplo, leva funcionários a terem melhor performance.

E o contrário, por sua vez, também é verdadeiro. O chamado efeito golem, o de ter expectativas negativas em relação a alguém, está relacionado à lenda judaica de um golem – criatura feita de barro, que ganha vida. Criado para proteger os cidadãos judeus de um gueto de Praga, na República Tcheca, o ser mítico acaba se transformando em um monstro.

Menos estudado pela comunidade científica do que o pigmaleão, o efeito golem “faz maus alunos ficarem ainda mais atrasados, pessoas em situação de rua perderem as esperanças e adolescentes marginalizados se radicalizarem”, escreve Bregman. Ele também relaciona seus malefícios às consequências do racismo sobre as populações não brancas, sujeitas a baixas expectativas e, por isso, têm seu desempenho prejudicado.

Décadas depois da formulação dessas teorias, o resultado desses fenômenos pode ser observado em nossas próprias vidas e nas de nossos conhecidos. Basta pensar nas atividades e nas matérias escolares em que se foi incentivado ou elogiado, ou no que os adultos diziam sobre sua inteligência e sua capacidade dentro e fora da escola. 

Além do posicionamento e da expectativa dos professores e cuidadores, existem muitos outros fatores biopsicossociais implicados no rendimento escolar. Ou seja, estão envolvidos nessa equação desde a genética e os aspectos biológicos e psicológicos, até os contextos sociais e ambientais nos quais o jovem está inserido e aos quais está exposto.

Assim, o professor não é responsável inteiramente pela aprendizagem dos alunos. Mas é um personagem fundamental, para além da didática, como mostram os efeitos golem e o pigmaleão. Sabemos que somos seres sociais, que nos espelhamos uns nos outros e precisamos ser aceitos pelo bando para garantir a sobrevivência.

Então, além de investir em aulas ricas, didáticas e envolventes, também é importante considerar: qual é o impacto das nossas expectativas sobre os alunos? Quais tendências estamos incentivando: o efeito golem, ou o pigmaleão?

Texto: Marcela Braz.

Como ser um educador antirracista?

Para responder a pergunta do título deste post, trazemos alguns pontos importantes do livro homônimo de Bárbara Carine, mestra e doutora em Ensino de Química, idealizadora, sócia e consultora pedagógica da Maria Felipa, primeira escola afro-brasileira do país. A obra propõe práticas antirracistas tanto nas ações pedagógicas como na formação dos educadores, assunto com o qual Bárbara tem mais de 12 anos de experiência de atuação.

A professora, escritora e empresária nos convida a sermos sementes de transformação social. “A escola é um complexo social fundamental no processo de transformação da realidade social; ela é influenciada pelo sistema, ao passo que, em contrapartida, também o influencia, uma vez que forma pessoas que vão ocupar e ajudar a construir todas as demais instâncias sociais”, explica ela no livro. Por isso, a escola precisa ser uma aliada no enfrentamento das opressões estruturais, como o racismo.

Assim, na primeira parte de “Como ser um educador antirracista”, ela explica as estruturas racistas sob as quais fomos todos criados, como funciona o privilégio branco, o que é a branquitude e a importância de sermos antirracistas, mais do que não sermos racistas. E o primeiro passoé reconhecer o mito da democracia racial brasileira e nos colocarmos nesse papel ativo, humilde, de aprender e melhorar.

Bárbara lembra que racismo é crime e está previsto na Lei n. 7.716/1989, que inclui ofensas baseadas em “raça”, etnia, religião ou origem. Nesse contexto, xingar alguém de “macaco”, “betume”, ou “asfalto”, por exemplo, não é bullying, é injúria racial, outro crime previsto na Lei n. 14.532/2023. 

Por isso, a escola precisa pensar em como lidar com esses casos compreendendo os aspectos estruturais envolvidos. Não adianta fazer com que a criança ofensora, que disse algo racista a outra, peça desculpas para a outra e encerre o assunto ali. Segundo a autora, a questão é mais complexa.


Aspectos para se pensar

O ambiente escolar precisa levar em consideração vários quesitos. O currículo inclui a história negra de mais de 300 mil anos, que não começou com a escravidão nas Américas? Há representação de pessoas negras nas literaturas utilizadas? Na estética da escola – paredes, outdoors, placas, panfletos – há pessoas negras? Elas estão no corpo profissional escolar, em cargos de direção, coordenação, administração?

Além disso, a escola precisa investir no letramento racial de educadores, ou seja, assumir um compromisso continuado para que todas as pessoas que ali atuam, não apenas os professores, aprendam como as relações raciais estão postas em nossa sociedade e consigam desconstruir esses modelos internos e ter ações mais responsáveis.


A força do projeto pedagógico

Para formar pessoas com um entendimento social e cultural mais completo, a Escola Maria Felipa inclui nas práticas pedagógicas as relações étnico-raciais. Por exemplo, ensina as crianças sobre as potências da cultura afro-brasileira, como capoeira, maculelê, samba, culinária ancestral (feijoada, acarajé), mitologia de orixá e aritmética com base em artefatos matemáticos africanos. Bem como o aprendizado sobre formas geométricas baseado em tranças nagô e papiros e fractais africanos.O livro apresenta muitos outros exemplos de como enriquecer o currículo escolar com essas informações valiosas. Isso cumpre com os requisitos da legislação, que obriga o ensino de cultura e história africana e afro-brasileira em toda a extensão curricular da educação básica, bem como ajuda a construir a fundação para as práticas antirracistas, desde a formação dos educadores, até a das crianças.

Além disso, a empresária salienta a necessidade de valorizarmos e celebrarmos a diversidade para enfrentar o problema da evasão escolar e ter um olhar decolonial para as datas comemorativas, incluindo dias voltados para questões afro-brasileiras.


O que podemos fazer hoje?

Bárbara aponta alguns caminhos:

  • ao receber alguma piada racista, ao vivo, ou em alguma rede social, seja um veículo de denúncia e conscientização;
  • sugira a contratação de pessoas negras onde você trabalha, principalmente em cargos de poder;
  • na construção curricular, paute os conhecimentos ancestrais africanos e indígenas fora de um lugar de estereotipagem e rebaixamento;
  • represente graficamente pessoas negras e indígenas na estética da escola a partir de uma perspectiva positiva;
  • fomente a leitura de literatura negra e indígena nas proposições didáticas escolares;
  • organize na escola programas de formação de educadores com foco no letramento racial;
  • apresente intelectuais e personalidades negras e indígenas aos estudantes, com o objetivo de ressignificar a noção de humanidade e inteligência atual, que é excludente e racista.

Com esse novo olhar e novas práticas, sejamos todos construtores de uma sociedade efetivamente democrática, que inclua e represente a maioria quantitativa populacional brasileira, que é negra. Cada leitura, cada semente, cada comentário faz a diferença. Nosso impacto no mundo é relevante e podemos usá-lo para construir o tecido social que queremos deixar para as próximas gerações.

Texto: Marcela Braz.

Participe do 3º Estudo OPEE Educadores Brasileiros 2024: a importância da construção do Projeto de Vida na escola

Convidamos os educadores brasileiros para participar do “3º Estudo OPEE Educadores Brasileiros 2024: a importância da construção do Projeto de Vida na escola” que é um importante mapeamento do perfil atual dos educadores de escolas públicas e privadas, de todos os estados brasileiros, realizado pela Metodologia OPEE/ FTD Educação, pelo terceiro ano consecutivo.

Sua participação será anônima e levará menos de 5 minutos. Basta responder o questionário pelo link ou QR Code abaixo:

https://pt.surveymonkey.com/r/3EstudoOPEE


 

Sobre o Estudo OPEE Educadores Brasileiros

Pelo terceiro ano consecutivo a OPEE Educação aplica o “Estudo OPEE Educadores Brasileiros”, que tem como objetivo mapear o cenário pedagógico e escolar brasileiro nos últimos 12 meses, contando com a participação de escolas das áreas pública e privada, de todas as regiões do país. 

Em 2022 o foco principal do estudo foi ouvir os educadores quando as aulas presenciais tinham retornado, avaliar sua motivação e entender os reflexos da pandemia de Covid 2019 na educação. Otimismo e propósito foram as principais palavras associadas aos depoimentos dos professores e gestores brasileiros. 

Já em 2023, além de fazer uma análise comparativa da motivação e do propósito dos educadores em relação ao ano anterior, o estudo buscou compreender a percepção desses educadores em relação à educação na era digital. O resultado apontou que a maioria considera como desfavoráveis as consequências da tecnologia no progresso de crianças e adolescentes, por esses estarem usando excessivamente as telas sem acompanhamento familiar. Vale também destacar que mais de 80% desses educadores considerou que a prática do bullying e o cyberbullying são favorecidas pela tecnologia.

Agora em 2024 estamos lançando o 3º Estudo OPEE Educadores Brasileiros 2024: “A importância da construção do Projeto de Vida na escola”, que mantém a análise evolutiva em relação à motivação e ao propósito dos educadores ao longo dos anos, mas traz como foco principal avaliar como esses educadores enxergam a importância do desenvolvimento do Projeto de Vida dos alunos.

A METODOLOGIA OPEE ESTÁ CONCORRENDO AO PRÊMIO TOP EDUCAÇAO 2024!

A Metodologia OPEE está concorrendo ao Prêmio Top Educação 2024 como melhor programa de educação socioemocional.

O prêmio reconhece, anualmente, as marcas mais lembradas entre as empresas que atuam na área de educação. 

Contamos com seu voto para que a Metodologia OPEE conquiste o Prêmio Top Educação 2024 como melhor programa de educação socioemocional.


Para votar na OPEE é muito simples e rápido:

  • Acesse o site premiotopeducacao.com.br e faça um breve cadastro (link)
  • Selecione a categoria Programa de Educação Socioemocional.
  • Escolha a OPEE.
  • Cada CPF pode votar apenas uma vez por categoria.
  • A votação estará aberta até 20 de agosto de 2024.

A Metodologia OPEE é pioneira e líder de vendas no mercado socioemocional, atuando há mais de 23 anos nas escolas do Brasil. Hoje são mais de 1.500 escolas parceiras em 26 estados brasileiros e em mais de 600 cidades.

Somos a única metodologia de transformação social apresentada como case de sucesso em Genebra na sede da ONU.

Vamos juntos conquistar esse prêmio! Vote agora pelo link: https://premiotopeducacao.com.br/

Visite o site da OPEE Educação e acompanhe nossas redes sociais! 

 

  • Site: opee.com.br
  • Instagram: @opee_educacao
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Como ministrar uma aula envolvente e vencer a dispersão dos alunos

Como ministrar uma aula envolvente e vencer a dispersão dos alunos

Manter o foco e a atenção nunca foi tão difícil. Vivemos em tempos acelerados, com excesso de telas e de estímulos, sendo processados por cérebros adaptados para uma vida de milhões de anos atrás.

As crianças e adolescentes ainda não têm o córtex pré-frontal totalmente desenvolvido, e é essa a parte do nosso sistema nervoso responsável por funções emocionais e cognitivas, dentre elas a atenção. Por essas e outras características do público infantojuvenil, vencer a dispersão dos alunos é um trabalho ativo.

Veja abaixo algumas sugestões do livro “Como ensinar bem a crianças e adolescentes de hoje”, de Leo Fraiman:

  • Estilo: é o modo como cada um se comunica, é sua marca registrada. Questione-se: esse estilo funciona? Quem me inspira como comunicador? Posso incorporar ou desenvolver algumas de suas características? Represento um bom modelo para meus alunos?
  • Gestos e expressões faciais: a comunicação não verbal pode falar mais alto do que as palavras. Os gestos reforçam o que está sendo dito, bem como o tom de voz. Dizer aos alunos que vão fazer uma atividade interessante, em um tom animado, faz toda a diferença. Ou seja, é muito importante alinhar o discurso a essa expressividade Além disso, manter o contato visual com os alunos e andar pela sala gera mais interatividade, e a tendência é a de nos sentirmos mais motivados a escutá-los. Apenas tome cuidado para não gesticular demais, ou ficar mexendo em um objeto, como uma caneta, por exemplo, para não desviar a atenção do que está sendo dito para esses movimentos.
  • Espontaneidade: a identificação com o outro nos deixa mais relaxados e com vontade de escutar o que está sendo dito. Isso nos permite rir, se algum aluno disser alguma coisa engraçada. Trazer algo de nossa humanidade, compartilhar quando estamos adoentados e precisamos de uma colaboração maior deles. Mostrar interesse em manter um bom clima em sala de aula estimula os alunos a se abrirem mais e a escutarem mais atentamente.
  • Ritmo e inflexão de voz: dão forma e elegância a nosso discurso. Esses elementos, ao lado do bom uso da pausa, dão a cadência da fala, tornando-a atraente e dando foco aos assuntos relevantes. Com ritmo e inflexão, organizamos a escuta de nosso aluno ao apontar quais são os pontos importantes do conteúdo, direcionando sua atenção.
  • Dicção: é a pronúncia correta e precisa das palavras, que facilita a compreensão daquilo que falamos e ajuda o aluno a fixar sua atenção. A esse respeito, é importante evitar empregar cacoetes em excesso, como “né”, “só”, “então”, “veja bem”, entre outros.
  • Respiração: quando não respiramos bem, terminamos o dia muito cansados e com a fala prejudicada. A respiração deve partir do abdômen, ou do diafragma, e ser profunda e silenciosa. Assim, ela produz uma voz rica em tonalidades, gera menos desgaste às cordas vocais e dá mais poder à fala. O ar deve ser inspirado pelo nariz e expirado pela boca.
  • Eloquência: que significa energia e motivação, exprime sentimentos, desejos e emoções. Treinar a eloquência é ter a capacidade de direcionar a emoção, algo indispensável para se falar em público. Ao falarmos, é necessário nos entusiasmar e transmitir honestidade para que nossos alunos sintam vontade de aprender o que estamos ensinando.
  • Improviso: é a capacidade de desenvolver uma ideia ou responder a perguntas que surgem no momento da fala, que não haviam sido planejadas. Para isso, é importante conhecer muito bem o tema a ser abordado na aula, assim como opiniões contrárias às suas. Então pesquise continuamente argumentos para um possível improviso.
  • Postura: coloque-se em uma postura corporal e facial aberta. Ou seja, inicie a aula com expressão agradável, sorrindo, em vez de com a cara fechada. Evite também entrar em sala e se dirigir diretamente à lousa, ou permanecer o tempo todo sentado. Isso pode dar a entender que não deseja estar ali, ou que não se está à vontade.

De maneira geral, é importante solicitar feedbacks dos nossos educandos continuamente sobre como eles estão processando os conteúdos. Começar a aula com a recapitulação do que foi aprendido na aula anterior, apresentar uma agenda com os temas a serem tratados ao longo das aulas e fazer uma retomada ao final da aula são outras estratégias que podemos aplicar para tornar nossos conteúdos mais envolventes e didáticos. Boa aula!

Texto: Marcela Braz.