Como apreciar e cuidar do nosso país

Uau, essa parece ser uma grande tarefa, não? “Cuidar do nosso país”, um território tão vasto que forma o quinto maior do planeta, com uma população de 200 milhões de habitantes, também a quinta maior do mundo. Isso considerando um dia a dia corrido, em que mal cuidamos de todas as áreas da nossa própria vida com o afinco que gostaríamos. 

Mas, pera lá, da mesma forma como a Metodologia OPEE nos ampara com relação a priorizar e encaminhar cada área da nossa vida, podemos também encontrar maneiras simples de exercer nossa cidadania, sem colocar o peso do Brasil nas nossas costas. Até porque somos muitos, não é mesmo? Não é preciso resolver tudo sozinho.

Pensando nisso, podemos retomar a famosa ideia de pensar globalmente e agir localmente. Para ser um cidadão ativo, não é preciso e nem plausível uma única pessoa criar um projeto tão grandioso que resolverá os problemas da nação. Há pequenos hábitos e atitudes que estão ao nosso alcance, que podemos inserir aos poucos no nosso dia a dia.

A começar por como vemos e falamos do país. Uma sugestão inicial é se atentar à cultura de nos depreciarmos e nos considerarmos um dos piores do mundo, como se só aqui existissem certos problemas. Frases como “O Brasil não tem jeito” não são construtivas e nem factíveis.

Está nas nossas mãos cobrar o poder público local e federal do que gostaríamos de ter. Desde denunciar uma obra acontecendo em horários indevidos, que te acorda de madrugada, até escolher com cuidado em quem votar em época de eleições. Em vez de apenas reclamar de como as coisas não são como gostaríamos, podemos nos perguntar: existe algo possível que eu poderia fazer a respeito?

Muitas vezes, pensar dessa forma não foi estimulado na nossa criação e não estamos acostumados a perceber e a usar nosso poder de ação transformadora. Assim, é importante trazer essa mentalidade para crianças e jovens, seja com o envolvimento em um grêmio estudantil, seja participando em família de algum grupo do bairro, que se reúne para discutir os interesses locais e preservar esse espaço.

Para além da política, conhecer o território e sua cultura nos conecta mais profundamente com ele. Visitar pontos turísticos em sua própria cidade pode ser um passeio gostoso de fim de semana e, ao mesmo tempo, um estímulo a conhecer melhor a história do seu município. Depois, quem sabe, fica mais fácil expandir os horizontes para as cidades vizinhas.

Ocupar museus, bibliotecas, parques e centros culturais nos engrandece e nos conecta com as origens e a cultura brasileiras. E isso pode ser um pontapé para exercermos uma cidadania mais consciente. Pois como vamos cuidar de algo que não conhecemos bem, que não ocupamos e vivenciamos? 

Os primeiros passos podem ser mais desafiadores, porque pedem uma mudança de atitude, mas também são os mais simples. Que tal primeiro conhecer e reconhecer o que está posto, para então ter ideias mais fundamentadas sobre como zelar pelo Brasil de uma maneira realista?

Texto: Marcela Braz.